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11 de mar. de 2008

Gestores estão gerindo o quê?

A maior tendência da função gerencial é a especialização em administração de terceiros. Primeiro porque se convencionou que terceirizar é bom. Tudo e qualquer coisa: segurança, alimentação, atendimento ao cliente, desenvolvimento de sistemas, enfim... qual o limite?

Segundo porque com equipes cada vez mais enxutas, os gestores se ocupam cada vez mais de funções operacionais do dia a dia da empresa, sobrando pouco tempo para criar e desenvolver os 3 a 5 grandes projetos definidos em suas metas anuais. O gestor contrata fornecedores e consultorias para essas entregas. E essa se tornou sua competência-chave: administrar projetos envolvendo fornecedores. Criação, desenvolvimento e especialização técnica são o que menos se está esperando desses profissionais. Para isso existem os consultores.

A nova descrição de cargo do gestor inclui 4 atividades principais: 1) especificação correta do projeto ao terceiro; 2) identificação do parceiro adequado; 3) gestão do orçamento e cronograma; e 4) integração do parceiro e sua solução aos processos da empresa.

O perfil: visão sistêmica e uma certa dose de estratégia para ajudar a encaminhar os projetos na direção correta. Capacidade de relacionamento e articulação política são os pré requisitos para viabilizar a movimentação do gestor na organização.

Escritório bonito afeta a produtividade?



A consultoria norte-americana Gensler, especializada em design, entrevistou 2 mil profissionais nos Estados Unidos e concluiu que 48% trabalharia uma hora a mais por dia, sem reclamar, se seus escritórios fossem mais acolhedores. E 58% dizem ter vergonha de mostrar o local de trabalho a clientes ou fornecedores. A grande maioria - 90% acredita que suas empresas alcançariam resultados melhores se organizassem ou limpassem suas instalações.

E um livro a ser lançado mês que vem nos EUA tenta provar que diversão no escritório aumenta a produtividade. Chama-se "The Levity Effect: Why It Pays to Lighten Up" algo como: "Eleito Leveza; Porque Pegar Leve Dá Retorno". A tese central: se as pessoas estiverem morrendo de rir, vão morrer de trabalhar. Em parte porque, “quem está rindo, está prestando atenção”.

Dados do livro: 98% dos executivos de grandes corporações entre 737 entrevistados afirmaram preferir contratar um candidato com um bom senso de humor do que um sem.
Profissionais que classificaram o senso de humor de seu chefe como "acima da média" disseram que havia 90% de chance de permanecerem no emprego por mais de um ano. Se o senso de humor do chefe foi classificado como no máximo “médio”, então a probabilidade de permanência no emprego caía para 77%!

E para coroar a coletânea de dados interessantes do livro: executivos descritos pelos colegas como tendo um bom senso de humor "sobem a escada corporativa mais rapidamente e ganham mais dinheiro que seus pares". Dado da prestigiosa "Harvard Business Review". Tomara que o bom humor nas empresas seja levado cada vez mais sério...

A competência essencial


Como já disse antes, modelos de competências são uma boa idéia em teoria mas difíceis de funcionar na prática. Uma das minhas restrições é que a competência essencial para os níveis de gestão já é identificada logo no processo de seleção, sobrando pouco para se fazer através de treinamento ou avaliações de desempenho, por exemplo. Trata-se da capacidade de agir e se comportar politicamente, respeitar decisões, discordar apenas em situações seguras, agir e se comportar sem ferir o jogo de vaidades e poder.

Essa competência mantém uma pessoa na empresa, determina suas oportunidades e promoções, amplia seu espaço de movimentação. Sua falta ameaça as condições de permanência no cargo. Por isso é determinada logo na seleção: é como um pré-requisito para se poder fazer parte do jogo.

E quanto mais alto o cargo, maior o seu peso. Até mais importante que conhecimentos técnicos e resultados gerados. Pense bem: quem tem mais chance de sobrevivência – o super especialista, aquele que traz grandes resultados mas acaba batendo boca com um diretor estratégico ou o profissional que, com resultados e conhecimentos medianos, deixa boa impressão e circula bem entre os líderes-chave da empresa?

Muitas empresas chamam isso de trabalho em equipe, um dos conceitos mais subjetivos do vocabulário corporativo atual e competência arroz de festa de qualquer programa de competências. No fundo, o que se avalia de maneira disfarçada, é essa habilidade de ser mais ou menos bem aceito por todos, o que é fundamental nas empresas. Pois na essência, são lugares de continuidade e ordem, não de questionamento ou conflitos.