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23 de abr. de 2007

Ouvir menos para entender mais


Ainda sobre pesquisas de clima. Começo de novela da Globo é assim: passadas as primeiras semanas de exibição, a emissora realiza uns 3 ou 4 grupos de discussão (duram cerca de 2hs envolvendo não mais que 15 pessoas) para avaliar a aceitação do público - de milhões de brasileiros - sobre personagens e tramas que podem sofrer ajustes e melhorar a satisfação e os índices de audiência de novela. Alguma semelhança com as pesquisas de satisfação das empresas?

Embora os objetivos sejam os mesmos, a maioria prefere aplicar longos questionários múltipla escolha abrangendo 100% dos funcionários, consumindo semanas ou meses de trabalho, ao invés de adotar a fulminante abordagem de investigação qualitativa da Globo. No Marketing, grupos de discussão são o arroz de festa na pesquisa de lançamento de novos produtos e tendência de hábitos e preferências do consumidor. São muito mais ricas em resultados pois oferecem, através da observaçao das falas, tom de voz, linguagem corporal e dinâmica de discussão do grupo, histórias e depoimentos recheados de explicações, sentidos, sentimentos, fios da meada, nuances e essências. Em RH, entretanto, abordagens como os grupos de discussão ainda têm poucos adeptos no Brasil.


Porque as pesquisas quantitativas prevalecem nas empresas? Por uma razão simples: são mais fáceis de serem aceitas. Gestores mal avaliados e grupos muito insatifeitos sempre procuram brechas na metodologia para tentar invalidar os resultados do estudo. A democracia de ouvir 100% dos funcionários empobrece os resultados mas viabiliza o estudo conduzido por RH, que carece de credibilidade e força política para tentar abordagens de investigação mais reveladoras e contundentes.

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