"Prometi para o gerente de RH”
Ele tem 26 anos. Após um relacionamento amoroso mal sucedido no Paraná iniciado pela internet, largou o emprego estável na expedição de uma pequena indústria e voltou a São Paulo há cerca de um ano. Ameaçou alguma coisa na área do design, mas sentiu as dificuldades do mercado de trabalho e decidiu ingressar na faculdade de Turismo. O critério de escolha foi o valor mensalidade: R$250, custeado com a ajuda da mãe costureira.
Iniciado o curso, saiu a procura por uma oportunidade junto a dezenas de hotéis e flats da cidade. Semana passada, finalmente encontrou, próximo ao aeroporto de Congonhas, um empreendimento novo, na área de Governança (a equipe que faz a arrumação e limpeza dos quartos). Ele explica: “é a faxina mais pesada depois que a arrumadeira sai do quarto já tendo feito a limpeza mais leve”. E acrescenta com entusiasmo sincero: “é tudo muito organizado, cheio de processos e sistemas, bastante interessante!”. Condições de trabalho: R$400 mensais por oito horas diárias, vale transporte, vale refeição, contrato de estágio. Isso mesmo: estagiário de limpeza de quarto de hotel.
Achei que a oportunidade para trabalhar com design e internet em um escritório de consultoria lhe pareceria mais interessante, pelas perspectivas, remuneração maior e condições – que incluíam trabalhar de casa algumas vezes por semana.
“Olha, não interessa não. O que eu queria era entrar para a área. E vou aprender bastante. Além do mais, não teria como: prometi para o gerente de Recursos Humanos ficar pelo menos até o final do ano. Ele está contando comigo.”
Que bom que tem gente que ainda acredita nos profissionais de Recursos Humanos. Espero que os profissionais de Recursos Humanos estejam à altura da confiança depositada, principalmente pelos mais jovens.