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13 de mar. de 2007

O nome do jogo é....


Tem empresário, principalmente nos anos iniciais de um novo negócio, que entrevista candidato de nível mais qualificado assim: "Vai dar certo porque minha estratégia é diferente da dos concorrentes", "Quem entrar agora vai se dar bem, vão ser os primeiros a ganhar no futuro", "Pode apostar que o sucesso é questão de tempo", e por aí vai. Vale lembrar que a maioria dos novos negócios não passa dos cinco primeiros anos. Mas tudo bem, porque se ele não for o maior entusiasta da idéia, quem será? A sedução tem motivo objetivo: oferecer um salário mais baixo do que a última colocação do candidato ou que os concorrentes ineficientes lhe ofereceriam. Justificável, porque nessa fase os custos são altíssimos e os investimentos não têm fim. Até pouco tempo, nenhum empresário admitia o corte salarial. O termo utilizado era "fazer uma aposta", que se resumia ao seguinte: "Se a empresa crescer, você cresce junto" e pronto, tudo esclarecido e o candidato que se desse por satisfeito.

Agora as negociações começam a evoluir e incluir algo que, até recentemente, pertencia mais à saara de grandes empresas: remuneração variável. Ela permite reconhecer e justificar a prática de salários inferiores ao mercado: "Sei que o fixo é menos do que você merece ou está acostumado, mas não se preocupe porque se a empresa bater as metas, seu bônus poderá chegar a 10 salários anuais." Já vi casos em que "bater a meta" significa dobrar o faturamento da empresa quando a média otimista do segmento é crescer 15 a 20%. Para o empresário "isso só não acontecerá se fizermos muita besteira" - o que é bem fácil de acontecer quando estão todos trabalhando ensandecidos para dobrar o faturamento em apenas 1 ano

Parênteses: na maioria das grandes empresas, o crescimento da agressividade da remuneração variável é fato. E são essas empresas quem empurram profissionais qualificados para o mercado das pequenas e médias empresas, devido aos seus sucessivos aumentos de produtividade. A mão de obra, mesmo a mais qualificada, é abundante. O impacto é geral: queda real dos ganhos salariais.

Então, adivinhou o nome do jogo? Chama-se risco. Não apenas o da estabilidade de emprego, que continua mais válido do que nunca, mas o da remuneração. Quase como sócios, mas sem serem de fato. Para o bem e para o mal, parece que a tendência veio para ficar.

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