Os sete saberes necessários à Educação do Futuro
Em 1999, a UNESCO solicitou ao filósofo francês Edgar Morin suas idéias sobre a educação do século XXI. Ficou tão bom que virou livro com o título desta nota. Ele fez pensando nas escolas mas, lendo com atenção, repare que poderiam ser as diretrizes de qualquer programa de liderança nas empresas. Os sete saberes são os seguintes:
1 - As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão. Versa sobre a necessidade de sermos treinados para distinguir as duas coisas, através do estudo das características cerebrais, mentais e culturais do conhecimento, seus processos e modalidades que conduzem ao erro ou ilusão.
2 - Os princípios do conhecimento pertinente. O conhecimento como é hoje é fragmentado, nos impedindo de operar o vínculo entre as partes e o todo. A visão global se deteriora frente a conhecimentos parciais ou locais. Para isso, a necessidade de desenvolver a aptidão de situar as informações em um contexto e um conjunto.
3 - Ensinar a condição humana. Precisamos aprender o que significa ser humano, resultado das dimensões físicas, biológicas, psíquicas, culturais, sociais e históricas. Todos deveriam ter consciência dessa sua identidade complexa, na relação consigo e com os outros.
4 - Ensinar a identidade terrena. Desde quando a comunicação foi estabelecida entre todos os continentes no século XVI, dominação e opressão devastaram a humanidade e ainda não desapareceram. É preciso mostrar que todos o seres humanos partilham os mesmo problemas de vida e morte, e um destino comum.
5 - Enfrentar as incertezas. As ciências permitiram a construção de muitas certezas que ao mesmo tempo expuseram incertezas nas ciências físicas, da evolução biológica e das históricas. Seria preciso ensinar estratégias que permitiriam enfrentar os imprevistos, o inesperado e a incerteza. As mentes precisam estar preparadas para esperar e enfrentar o inesperado.
6 - Ensinar a compreensão. Para Morin, este saber está ausente do nosso ensino. A compreensão mútua entre seres humanos é vital para que as relações humanas saiam de seu caminho bárbaro de incompreensão. Para combater isso, deveríamos estudar as causas do racismo, da xenofobia, da iindiferença, como base de uma educação para a paz.
7 - A ética do gênero humano. O ser humano é ao mesmo tempo indivíduo, sociedade e espécie. Deve haver controle mútuo entre sociedade e os indivíduos através da democracia e conceber a Humanidade como comunidade planetária. Devemos adquirir consciência de nossa Terra Pátria mas também permitir que esta consciência se traduza em vontade de realizar a cidadania terrena.
Um comentário:
É bom reler isso em seu blog, Flávio. É um texto bonito, que você capta com sua sensibilidade e inteligência e conecta com uma série de outras possibilidades. Tenho considerado, cada vez mais, que o saber associado à compreensão profunda de si e do outro é base para uma ação solidária - ação que reconhece o que há de comum em nossa travessia pelo mundo.
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